segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quinta lição


Quinta lição

- Freud discute nesta lição sobre as implicações da falta de satisfação das necessidades sexuais. Aborda a regressão às primeiras fases da vida sexual e a transferência.

- Adoecimento acontece quando falta a satisfação das necessidades sexuais, seja por obstáculos exteriores ou ausência de adaptação interna. Assim, as doenças são para os neuróticos como uma satisfação substitutiva. Por isso muitas vezes encontra-se grande resistência contra a ‘cura’ de tal patologia.
- Há uma regressão no estado patológico que satisfaz às pulsões sexuais, pois retorna temporal e formalmente a libido para os estados mais primitivos do desenvolvimento psíquico, quando a satisfação era plena.
- A realidade mostra-se insatisfatória para o indivíduo, por isso mantemos também uma vida de fantasiosa, em que compensamos as inibições por realizações.
- A fuga da realidade insatisfatória por meio da doença proporciona ao doente um prazer imediato. Essa fuga se dá por regressão as primeiras fases da vida sexual onde não faltou satisfação alguma.
- Segundo Freud, o homem ‘vencedor’ é aquele que consegue realizar parte de suas fantasias. Se esta realização parcial não é alcançada, o sujeito tende a satisfazer-se na fantasia, cujo conteúdo no caso das doenças, se transforma em sintoma.
- Há também a possibilidade de se realizar tais fantasias nas criações artísticas. (Sublimação)

- Durante o tratamento psicanalítico o paciente desloca para o analista uma série de sentimentos inconscientes provenientes de suas fantasias, que podem tanto ser afetuosos quanto hostis. “[...] a transferência surge espontaneamente em todas as relações humanas de igual modo nas que o doente entretém com o médico; é ela, em geral, o verdadeiro veículo da ação terapêutica, agindo tanto mais fortemente quanto menos se pensa na sua existência.” (FREUD, 1910 [1909], p.63 – 64)
- A psicanálise não cria a transferência, apenas a desvenda à consciência.

- Freud aponta alguns obstáculos a aceitação das idéias psicanalíticas:
            - há um temor de que esse processo possa causar danos as aspirações morais por trazer a tona para a consciência os impulsos sexuais reprimidos.
            - falta de hábito de contar com o rigoroso determinismo da vida mental;
            - desconhecimento das singularidades e vicissitudes dos processos mentais inconscientes que diferem dos conhecidos conscientes.

- Os resultados mais comuns dos desejos inconscientes libertados pelo trabalho psicanalítico são:
            - A repressão é substituída pelo julgamento de condenação efetuado pelo superego;
            - A energia dos desejos reprimidos permanece utilizável, substituindo-a por um alvo conveniente e de maior valor social. Processo chamado de sublimação;
            - Certa parte dos desejos reprimidos faz jus à satisfação direta, a realização.

domingo, 28 de abril de 2013

1ª Unidade – Cinco Lições de Psicanálise. (S. Freud. Vol. XI, 1910.)


   1ª Unidade – Cinco Lições de Psicanálise. (S. Freud. Vol. XI, 1910.)

                       Resumo da Primeira e Segunda Lições de Psicanálise.

PRIMEIRA LIÇÃO

Conforme prefácio de Durval Marcos, as cinco lições de psicanálise foram pronunciadas em 1909 na Clark University (Estados Unidos) por ocasião do vigésimo aniversário da instituição. Elas constituem a primeira exposição sistemática da teoria psicanalítica e tiveram grande importância para Freud, visto que devido ao papel da sexualidade na etiologia das neuroses, suas ideias encontravam resistências no “velho mundo”. “Na Europa, escreveu Freud, eu me sentia como proscrito; ali me via acolhido pelos melhores como igual. A psicanálise não era mais, portanto, uma concepção delirante, mas se tornara uma parte preciosa da realidade.”[1]

Freud inicia seu pronunciamento tomando como exemplo o caso Anna O. (1880-1882), paciente tratada pelo médico vienense Joseph Breuer. Embora Freud não tenha participado diretamente do tratamento, este foi minuciosamente descritos nos Estudos Sobre a Histeria (1895) em colaboração com Dr. Breuer e constitui o caso princeps da psicanálise. É a partir deste caso que se constituem as bases para a teorização sobre os mecanismos da neurose, assim como da construção do método psicanalítico.

Os sintomas histéricos e suas relações com as vivências do doente.
- Sintomas de Anna O.
·                     Paralisia espástica de ambas as extremidades do lado direito, com anestesia, que se estendia ao lado esquerdo;
·                     Perturbações oculares e alteração da visão;
·                     Dificuldade em manter a cabeça erguida;
·                     Tosse nervosa intensa;
·                     Repugnância pelos alimentos;
·                     Impossibilidade de beber por diversas semanas
·                     Dificuldade de expressão verbal;
·                     Estados de ausência (absence), de confusão, de delírio, de alteração da personalidade.

Breuer havia anotado as palavras que Anna O. murmurava durante seu estado de ausência. Pondo-a sob hipnose, repetiu estas palavras para incitá-la a fazer associações. Desse modo, a paciente pôs-se a reproduzir as “criações psíquicas” que a dominavam durante os estados de ausência.
         Depois de relatar as fantasias, sentia-se aliviada.
         O bem-estar, porém, durava apenas algumas horas e um novo estado de ausência voltava no dia seguinte.
         Essas alterações psíquicas eram resultado de fantasias intensamente afetivas.
         Anna O. deu o nome de “tanking cure” (cura de conversação) ao tratamento e o qualificou como “chimney sweeping” (limpeza de chaminé). Os autores chamaram o método de catártico.

No decorrer do tratamento, no entanto, verificou-se que, se na recordação da ocasião e do motivo do aparecimento do sintoma houvesse também exteriorização afetiva, ao lugar do alivio temporário, o sintoma desapareceria. Essa hipótese foi levantada quando a paciente, depois de um longo período em que não conseguia tomar líquidos, exteriorizou (sob hipnose) sua repugnância ao recordar da cena traumática em que não seguira manifestar seu sentimento; depois disso a paciente conseguiu tomar água.
A esse episódio seguiram-se as seguintes hipóteses que foram verificadas em outros sintomas:
·                     Os sintomas eram resíduos de experiências emocionais (traumas psíquicos);
·                     Seu caráter específico estava relacionado com a cena traumática.
·                     Nem sempre era um único acontecimento que causava o sintoma; na maioria dos casos era um conjunto de vários traumas;
·                     Surgiam a partir de poderosas emoções que não eram descarregadas por palavras ou ações (via normal), sendo assim, subjulgadas. (essas emoções provinham do tempo em que se dedicava ao pai doente).
  Cãozinho da dama de companhia bebendo num copo;
  Alucinação da serpente no leito do pai;
·                     Essas emoções “enlatadas” encontravam duas vias anormais de expressão:
  Carga contínua da vida psíquica
  Insólitas inervações e inibições somáticas (conversão histérica).
·                     Onde existe um sintoma, existe também uma amnésia, uma lacuna da memória, cujo preenchimento suprime as condições que conduzem à produção do sintoma.

SEGUNDA LIÇÃO

Freud toma a divisão da mente (estados inconscientes e estados conscientes) e a dissociação da personalidade como ponto central da teoria. Conta que inicialmente utilizou a hipnose, já que esta era uma exigência do método catártico que Breuer praticava. No entanto, a constatação de que nem todas as pacientes eram passíveis de hipnose, fizeram-no abandonar essa técnica.
Assim, procurou agir mantendo o doente em seu estado normal de consciência e incentivando-o a falar sobre tudo que recordava, a fim de estabelecer relações entre as cenas patogênicas esquecidas e os sintomas. Fazia isso, pondo a mão sobre a fronte do paciente e dizendo que a recordação exata seria a que surgisse nesse exato momento. Freud abandonou essa técnica, que era extenuante e inadequada, contudo tirou algumas conclusões:
·                     As recordações esquecidas não se haviam perdido, mas uma força as detinha obrigando-as a permanecer inconscientes;
·                     Essa força que se opunha a revelação das recordações, Freud chamou de resistência.
·                     Essa mesma força seria a responsável por anteriormente ter expulsado as lembranças da consciência. A esse processo, Freud deu o nome de repressão (recalque).
·                     A repressão (recalque) era motivada por uma incompatibilidade entre uma ideia e o ego do doente.
“tratava-se em todos os casos do aparecimento de um desejo violento mas em contraste com os demais desejos do indivíduo e incompatível com as aspirações morais e estéticas da própria personalidade.”

·                     A aceitação do impulso desejoso incompatível ou o prolongamento do conflito despertavam desprazer.

Freud oferece um exemplo muito ilustrativo deste conflito. Uma paciente sua, tinha uma simpatia particular pelo seu cunhado que se mascarava por disfarce de ternura familiar. Quando sua irmã veio a falecer, ocorreu-lhe uma ideia: “ele agora está livre, pode esposar-me.” Essa ideia denunciava à consciência, seu amor pelo cunhado e foi logo recalcada pelos seus próprios sentimentos de revolta. Após isso, a jovem adoeceu com graves sintomas histéricos.

Freud chega a uma convicção sobre a formação dos sintomas:
·                     O recalque das ideias que estão ligadas ao desejo, não funcionava.
·                     A ideia desejosa continuava a existir no inconsciente.
·                     Essa ideia disfarçada (sintoma) se lançava à consciência.
·                     Como ideia está disfarçada, fica protegida do recalque do ego, no entanto dá lugar a um sofrimento “interminável”.
·                     Para que se dê a cura, é necessário desfazer consideráveis resistências a fim de que o material reprimido possa alcançar a consciência. A partir disso e com orientação do médico é possível encontrar soluções:
  A personalidade do paciente se convence de que repelira o desejo sem razão e consente em aceitá-lo total ou parcialmente;
  ou, este mesmo desejo é dirigido para um alvo irrepreensível e mais elevado (sublimação);
  ou, reconhece como justa a repulsa e atinge o controle consciente do desejo.

Abril/2013 - Elaborado por Marcela Duarte e Marina Monteiroda Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri .



terça-feira, 2 de abril de 2013

Lista de filmes


Lista de filmes sugeridos pela equipe de monitores para o trabalho de transferência:

2013 – Django Livre
2012 – Intocáveis
2012 – Sete dias com Merilyn
2012 – Precisamos falar sobre Kevin
2011 – Um método perigoso
2011 – A pele que habito
2011 – Melancolia
2010 – O nome do amor
2010 – O discurso do rei
2010 – Enrolados
2010 – Toda forma de amor
2009 – Anticristo
2009 – 500 dias com ela
2009 – O psicólogo
2008 – Vicky Cristina Barcelona
2008 – Batman: O cavaleiro das trevas
2007 – Não estou lá
2005 – Volver
2003 – Os sonhadores
2002 – Gangues de Nova York
2002 – Fale com ela
2001 – O fabuloso destino de Amelie Poulain
1999 – Garota interrompida
1998 – Gênio indomável
1998 – Patch Adams: o amor é contagioso
1997 – A outra face
1997 – Melhor impossível
1986 – A cor púrpura
1958 – Um corpo que cai



‘Novos’ Filmes indicados

2013 – Azul é a cor mais quente
2013 – The F word
2013 – Como não perder essa mulher
2012 – O lado bom da vida
2012 – A separação
2012 – As vantagens de ser invisível
2012 – Valente
2012 – Ted
2006 – Anjos da vida: mais bravos que o mar
1995 – Don Juan de Marco
1993 – Um mundo perfeito

Seriados Indicados

House
The Big Bang Theory
The Following
The Walking Dead
Mom
Modern Family
True Blood
Friends
The Sopranos
Breaking Bad


Um estudo Autobiográfico



Freud I - RESUMO - 1ª Unidade
 Um Estudo Autobiográfico – Cap. I (1925 [1924]) vol. XX Obras Completas de Sigmund Freud.
           

 - Freud nasceu em 06 de maio de 1856, em Freiberg, na Morávia (atual Tchecoslováquia).
- Quando tinha 4 anos, sua família se mudou para Viena.
- Era o primeiro da turma na escola.
- O pai de Freud insistia que o filho deveria seguir suas próprias inclinações na escolha profissional.
- Escolheu fazer medicina, mais por um caráter mais humanista, do que objetivo da profissão.
- Se interessava pelas preocupações humanas, direito, histórias bíblicas, atividades sociais, teorias darwinianas e dos escritos sobre ciências naturais de Goethe.
- Em 1873 entrou na universidade. Lá percebeu que ser Judeu o posicionava de alguma maneira na sociedade alemã.
- Descobriu suas limitações no campo da medicina que o fizeram seguir para a área da fisiologia.
- Trabalhou com Brücke, pesquisando sobre histologia do sistema nervoso.
- Começou a se interessar pela psiquiatria.
- Em 1881 recebeu o grau de doutor em medicina.
- Sua situação econômica precária o fez abandonar a carreira teórica acadêmica.
- Começou a trabalhar no principal Hospital de Viena.
- Desenvolveu por um bom tempo pesquisas sobre a anatomia cerebral e ingressou no Instituto de Anatomia Cerebral.
- Começou a desenvolver a atividade de conferencista.
- Começa a estudar doenças nervosas, ramo com poucos especialistas em Viena.
- Em 1885 foi nomeado conferencista universitário (Dozent) de neuropatologia.
- Também em 1885 foi para Paris estudar na universidade Salpêtrière.
- Tornou-se tradutor das conferencias de Charcot (1825-1893), grande pesquisador de doenças nervosas de Paris.
- Assistiu pessoalmente o trabalho de Charcot com os casos de histeria através da técnica de hipnose.  Freud fala de duas limitações que encontrou com a experiência com hipnose: não era capaz de hipnotizar todos os pacientes e não conseguia hipnotizar profundamente seus pacientes.
- Em 1886, Freud voltou para Viena e começa a atuar como especialista em doenças nervosas (Histeria).





Março/2013 - Elaborado por Camila Sanzi e Karina Bueno da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri .