Freud I - RESUMO - 1ª Unidade
As Resistências à Psicanálise
(1925 [1924]) vol. XIX Obras Completas de Sigmund Freud.
- O texto
parte da necessidade de Freud em responder às mazelas proferidas contra a
psicanálise.
- O autor discorre
sobre a tendência dos humanos de refutar uma novidade, através de dois tipos de
resistências - intelectuais e emocionais.
- Freud lançou mão
de suas construções sobre uma nova abordagem de tratamento para as
psiconeuroses – a psicanálise que provocou inúmeras resistências,
principalmente da comunidade médica de seu tempo.
- Medicina
encontrou dificuldade de identificar as causas biológicas das psiconeuroses,
principalmente da histeria. Isto levou Freud a buscar, nos próprios sintomas,
caminhos que indicassem as causas psíquicas das enfermidades.
- A metodologia de
tratamento assumida pelo autor (associação livre e atenção flutuante) foi
recebida com indiferença e antipatia pelos médicos que acreditavam que a
histeria não passava de uma impostura (fingimento) e a psicanálise uma atuação
mística.
- Apesar de os
filósofos estarem acostumados a lidar com conceitos abstratos, a psicanálise
também encontrou resistências na comunidade filosófica. A concepção de mente,
ou aparelho psíquico proposta pela psicanálise se difere essencialmente da
concepção filosófica.
- Para a maioria
dos filósofos, segundo Freud, o aparelho mental restringe-se aos fenômenos
conscientes, pois a filosofia não possui familiaridade com material clinico de
investigação que levou os analistas a conceberem a ideia de inconsciência.
- Tanto a medicina
quanto a filosofia consideram os sonhos, delírios e alucinações como fenômenos
inexpressivos, ignorando completamente a atividade inconsciente latente e
pulsante na constituição de tais fenômenos.
- Porém não podemos
conceber a psicanálise como saber intermediário entre a medicina e filosofia. (ver
p. 243, da edição Standard das obras completas, Vol. XIX).
- As resistências
que tratavam de agredir a teoria psicanalítica são consideradas por Freud como
motivadas por forças emocionais.
- Inicialmente os
analistas encontravam nos materiais clínicos indícios que apontavam para a
constatação de que conflitos relacionados à sexualidade dos pacientes estavam
intimamente relacionados aos sintomas que prejudicavam os mesmos. Com o tempo a
teoria foi sendo lapidada no sentido de identificar a sexualidade não mais como
só “o ato sexual”, mas sim como um impulso que direcionava os humanos para a
união, amor, vínculos e prazer (Eros de Platão)
- A fervorosa
oposição a tais descobertas propostas por Freud, foi justificada pelo autor
como defesas contra os apontamentos – dolorosos – realizados pela psicanálise.
- O autor diz que a
civilização humana é sustentada por dois pilares – o controle das forças
naturais e a restrição aos instintos.
- A psicanálise
pontua que na mente humana há a primazia dos impulsos inconscientes às forças
repressoras da consciência. Portanto poderosos sentimentos e certezas sobre o
homem foram feridos pela teoria psicanalítica.
- Às resistências à
psicanálise, principalmente às desmedidas e agressivas, são julgadas pelo autor
construídas a partir da dolorosa ferida narcísica acometida pela teoria – o
homem não controla a si mesmo, mas sim é controlado por sua natureza.
- Freud aponta está
como sendo a terceira ferida narcísica sofrida pela humanidade, sendo que a
primeira fora feita por Nicolau Copérnico, quando forjou a teoria heliocêntrica
(golpe cosmológico ao narcisismo). A segunda dói realizada por Charles Darwin e
sua teoria da evolução das espécies (golpe biológico ao narcisismo). Por fim o
golpe psicológico ao narcisismo, foi realizado pelo próprio Freud, ao teorizar
uma psicologia do inconsciente, a psicanálise.
Março/2013 - Elaborado por Camila
Sanzi e Karina Bueno da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus
Barueri .