segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Resumo dos verbetes: Principio do Prazer; Princípio de Realidade; Princípio de Nirvana

VOCABULÁRIO DE PSICANÁLISE – Laplanche e Pontalis


Princípio do Prazer


- Um dos princípios reguladores da vida psíquica.
- O aparelho psíquico segue o princípio da evitação da tensão desprazerosa, buscando incessantemente o prazer.
- O prazer reduz a excitação do aparelho psíquico enquanto o desprazer a aumenta.
- A noção de princípio de prazer é antagônica ao princípio de realidade: a realização de um desejo inconsciente ( entregue ás fantasias) ultrapassa as satisfações das necessidades vitais ( pulsões de autoconservação).

Princípio de Realidade

- Um dos princípios reguladorores do funcionamento psíquico
- Surge a partir de uma modificação do princípio do prazer
- É capaz de modificar o curso do desejo sexual- “desvios”
- A busca pela satisfação reconhece o adiamento devido ás exigências exteriores.
- É por meio do princípio do prazer que a energia livre se transforma em energia ligada
- O princípio de realidade está a serviço do EGO: decide se a satisfação deve ser efetuada, adiada, ou possivelmente recalcada.

Princípio de Nirvana

- Tendência radical para levar a zero ou reduzir o máximo possível qualquer excitação de caráter interno ou externo.

Agosto/2010. Elaborado por Bruna B. Valdez e Fernanda E. Fazzio da equipe de monitores de psicanálise – PUC/SP- Campus Barueri

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Resumo do verbete TÓPICA no DICIONÁRIO DA PSICANÁLISE (Laplanche & Pontalis, 1982)

RESUMO
1ª Unidade – Parte 1: O Aparelho Psíquico - Segunda Tópica

Verbetes: Tópica , Recalque Originário e Narcisismo no VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE (Laplanche & Pontalis, 1982)

TÓPICA

Pode ser considerado metaforicamente como “lugar psíquico” já que é possível fornecer uma representação figurada espacial.
Freud explica como o conceito foi evoluindo, sendo elaborado e transformado a cada nova descoberta:
I- Tópica Psíquica como contexto científico, dado por esquemas anatômicos e, portanto, tem caráter funcional;
II- Grupos psíquicos diferentes cujo conteúdos psíquicos não estão disponíveis ao sujeito o tempo todo (ex. algumas lembranças aparecem na hipnose, e depois, de forma consciente, não se lembra mais
III – Com a concepção do inconsciente (em Estudos sobre a Histeria, 1895) são atribuídos a cada lugar psíquico uma natureza e um modo diferente de funcionamento dos demais lugares, sendo que cada sistema tem uma diferenciação também no seu significado funcional, sendo por isso que a mesma parte do aparelho não pode exercer funções contraditórias;
IV- No estudo dos sonhos, onde o Inconsciente tem uma lei própria de funcionamento, é reforçada a separação entre os sistemas psíquicos;

V- A primeira concepção tópica do aparelho psíquico é apresentada em Projeto para uma Psicologia Científica(1895) e tem evolução em capítulo VII de A interpretação dos Sonhos (1900). É mostrado nesses textos que a primeira tópica consistente em Inconsciente, Pré-Consciente e Consciente e que cada um tem sua função, o seu tipo de processo e sua energia de investimento. A censura inibe e controla em cada um desses sistemas, a passagem de energia de um para o outro, acentuando o aspecto espacial da teoria do aparelho psíquico e acentuando que não há uma concepção dinâmica separada, sendo essa a tese principal (essa noção de localização psíquica implica em uma exterioridade das partes entre si e uma especialização de cada uma, mas onde todas trabalham juntas, inclusive a censura.
VI- A partir de 1920, Freud designa a segunda tópica, pois ele passa a considerar cada vez mais as defesas inconscientes, Em forma esquemática, a segunda teoria é mostrada em três instâncias: ID – pólo pulsional da personalidade; EGO – se situa como representante dos interesses da totalidade da pessoa e é investido de libido narcísica; e o SUPEREGO – julga e critica, constituída por interiorização das exigências e das interdições parentais.
Isso mostra como a teoria científica do aparelho psíquico tende a se aproximar da forma fantástica como o sujeito se concebe e até, talvez, se constrói.

Agosto/2010 - Elaborado por Anna Miha e Mayara Vianna da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri

Resumo do verbete RECALQUE ORIGINÁRIO no DICIONÁRIO DA PSICANÁLISE (Laplanche & Pontalis, 1982)

RESUMO
1ª Unidade – Parte 1: O Aparelho Psíquico
Segunda Tópica

Verbetes: Tópica, Recalque Originário e Narcisismo no VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE (Laplanche & Pontalis, 1982).


RECALQUE ORIGINÁRIO

- Processo hipotético descrito por Freud como primeiro momento da operação do recalque. Tem como efeito a formação de um certo número de representações inconscientes ou “recalcado originário”. Os núcleos inconscientes assim constituídos colaboram mais tarde no recalque propriamente dito pela atração que exercem sobre os conteúdos a recalcar, conjuntamente com a repulsão proveniente das instâncias superiores. (Laplanche e Pontalis).
Em 1915, Freud formaliza o mecanismo do recalque, a partir disso vê-se obrigado a deduzir um recalque originário, que serviria como pólo de atração para o recalque propriamente dito.
No recalque propriamente dito ou recalque secundário haveria:
- Um investimento do inconsciente no sentido da consciência.
- Um contrainvestimento por parte do sistema Pré Consciente/Consciente para manter a representação intolerável fora da Consciência.
- Um conteúdo inconsciente que exerceria atração sobre a representação intolerável.
Como se constitui o recalque originário?
O recalque originário está na origem das primeiras formações do inconsciente, sem isso não poderíamos postular um núcleo do recalcado que exerceria atração a partir do Inconsciente sobre as representações. É ele mesmo o responsável pela constituição deste núcleo, o qual será fundamental no recalque propriamente dito e que justifica a postulação deste recalque anterior.
No recalque originário haveria:
- Uma fixação da pulsão numa representação e a inscrição desta representação no inconsciente.
- Um contrainvestimento responsável pela recusa da representação psíquica da pulsão na consciência, a partir de um constante dispêndio de energia.

Natureza deste contrainvestimento
- Para Freud ela ainda é incerta, deveria ser procurada em experiências arcaicas muito fortes. (herança filogenética).

Agosto/2010 - Elaborado por Anna Miha e Mayara Vianna da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri.

Resumo do verbete NARCISISMO no DICIONARIO DA PSICANALISE (Laplanche & Pontalis, 1982)

RESUMO
1ª Unidade – Parte 1: O Aparelho Psíquico
Segunda Tópica

Verbetes: Tópica, Recalque Originário e Narcisismo no VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE (Laplanche & Pontalis, 1982).


NARCISISMO

Por referência ao mito de narciso, é o amor pela imagem de si mesmo. (Lapanche e Pontalis)
- Processo de desinvestimento do objeto e de retirada da libido sobre o sujeito, em que a “gangorra”, que tem em suas extremidades o investimento libidinal no objeto e o investimento libidinal no ego, entra em desequilíbrio.
- manifestações do narcisismo citadas por Freud no texto O NARCISISMO.
• Homossexualismo
• Psicose
• Hipocondria
NARCISISMO PRIMÁRIO
Fase inicial da vivência do bebê onde a libido ainda não foi dirigida para fora (objeto) e a criança toma a si mesma como objeto de amor.
Primeira Tópica:
- esta fase ocorre entre a do auto erotismo e a do amor objetal.
- parece contemporânea ao aparecimento das primeiras formações do ego.
Segunda Tópica:
- coincide com fase auto-erótica, o primeiro modo de satisfação da libido, onde as pulsões buscam satisfação no próprio corpo.
- nesse período ainda não existe uma unidade do ego, nem uma diferenciação real do mundo.
Obs. Esta modificação feita entre a primeira e a segunda tópica relativas ao conceito de narcisismo está intimamente ligada a introdução da noção de ID e a evolução da noção de ego, que acentua tanto as identificações das quais ele surgiu, quanto a sua função adaptadora como aparelho diferenciado.

NARCISISMO SECUNDÁRIO
Conceito que Freud usa para designar “A libido que aflui ao ego pelas identificações (...)”, ou seja, a que é retirada aos objetos e introjetada no ego.

- ocorre em dois momentos: o investimento objetal e o retorno desse investimento para o ego.
- Quando o bebê já consegue diferenciar seu próprio corpo do mundo externo.
- pode ser:
• regressiva como no narcisimo esquizofrênico.
• é também uma estrutura permanente do sujeito.
- plano econômico:
• os investimentos de objetos não suprimem os investimentos do ego, antes existe um verdadeiro equilíbrio energético entre as duas espécies de envestimento (analogia da gangorra).
- plano tópico:
• o ideal do ego representa uma formação narcísica que nunca é abandonada. (identificações com pais, ídolos, professores, ideais coletivos, etc).

Agosto/2010 - Elaborado por Anna Miha e Mayara Vianna da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri.